Blogue literário deTchalê Figueira

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

UM PASSEIO SURREALISTA NO ARCO

Passeio Surrealista no Arco

Entretidos, estão sentados debaixo de um arbusto numa conversa sobre a transmigração de Buda para o corpo de uma barata radioactiva, que sobreviveu a bomba atómica, Little Boy, em Hiroshima… no horizonte, a baleia Jonas levantou voo em direcção a Ribeira de Janela, onde um comício de bruxas no local conhecido por Esponjeiro, liam num almanaque Bertrand, uma sentença a fogueira a Torre Queimada, e mais uma cambada de inquisidores, que teimosamente recusavam, que as bruxas de Janela, não tinham voado antes dos aviões dos TACV… Em Sinagoga, com mandioca fresca, festejaram a chegada de uns náufragos Judeus a caminho do Brasil, numa nau que o danado de Pière D, Ailly na força da sua insana maldade insistia ver, estes filhos da estrela de David num caldeirão de sopa de tartarugas…
Num concerto Barroco em Fontainhas, um flibusteiro francês, mais cem freiras raptadas pelo folgazão pirata numa caravela Portuguesa; bailavam… Belas freiras oriundas do famoso convento em Veneza, onde Dom António Vivaldi tocava as suas maravilhosas musicas barrocas… Tinham sido raptadas a norte Santo Antão, no mar da Nova Holanda, em viagem para o Novo Mundo… Nuas peladas e cheias de rum nas suas cachimónias estas virgens ensinaram aos nativos dançar Mazurca , Contra Dança…e, Nhô Nau, séculos mais tarde, cantando num patuá crioulo misturado com francês, e gentes tocando e dançando; musica sincopada, rituais antigos que vieram do além-mar … da África e da Europa…

Com quebrantes amarrados nas suas barrigas inchadas de lombrigas, quebrante contra as feiticeiras, meninos nus banham nas ribeiras e, um Capotona, alma de outro mundo que quis abafar um noctívago mas não atreveu atravessar a ribeira, por estar resfriado a alma do outro mundo e… gritando ao noctívago diz: Vai! Vai!... Tens sorte meu sacripanta! … “Em vida, tinha medo da pneumonia!” …

Debaixo do arbusto, com mais de meia tonelada de vinho nas suas cabeças, os filósofos, divertidos com as complexidades da vida, calaram quando uma mulher, mais linda do que os raios de Sol que brilhavam nos seu seios, passou montada num cometa…

O Lezemparim caiu sobre a Praia dos Achados e Perdidos, uma águia voou para a sua gruta cheirando a peixe; piou três vezes, despedindo dos poetas, que regressavam em passos lentos para o outro lado da Ilha…

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