Blogue literário deTchalê Figueira

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

BUROCRACIA SENEGALESA

Burocracia Senegalesa


O safado do Djibri nos faz esperar.
Já estivemos em mais de dez escritórios
Os guardas vêm televisão e bum bum…
Carimba seu filho da puta, carimba e cobra…

Num banco mais duro que o penedo de Gibraltar
Eu e Mauro esperamos pelo safado do Djibri…
Sabe patrão!... Ainda falta mais tampom
E mais 200.000 Francos CFA, se não, os quadros
Não podem sair!... Compreende Patron?...

Sentados no raio do banco,
Flocos de tinta, caiem do teto da temerosa alfandega,
Parece neve caindo num filme surrealista…
Umas gazelas senegalesas passam rebolando o cu.

Entende patron?... mais selo e carimbos, entende?
E não se esqueça dos meus camaradas aqui comigo!...
Sim Djibri, sim! Seu cabrão!...
Se Franz Kafka
Trabalhasse na alfandega senegalesa, não morreria
De tuberculose… seria internado num manicómio
O que irá acontecer comigo, se não sair desta espelunca…

Foi um dia de Frankenstein! … Djibri levou-nos 400.000 CFA
Disse que tivemos sorte, foi com isenção alfandegária.

Todavia não sei, qual o papel de Djibri
Na maldita alfandega!...

Com os quadros no camião, gritei:
Vai-te foder Djidri!!!!
E ele:
Merci patron, merci!,,,

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